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A paroxetina – antidepressivo conhecido como inibidor selectivo de recaptação de serotonina (ISRS) – parece ter um efeito farmacológico específico na personalidade, segundo estudo publicado na revista Archives of General Psychiatry..
Segundo os autores, caso possa ser replicado, este padrão contrariaria a hipótese do estado de efeito, e apoiaria a ideia de que os efeitos dos ISRSs sobre a personalidade vão além e talvez contribuam para o seu efeito antidepressivo.
Os investigadores norte-americanos avaliaram se doentes com depressão maior em uso desses medicamentos antidepressivos relatam mais alterações nos sintomas neuróticos do que pacientes recebendo placebo, e examinaram os efeitos da hipótese de que o relato de alteração da personalidade durante o tratamento com ISRS seria apenas um viés de avaliação relacionado com a depressão.
Foram avaliados 120 doentes que receberam paroxetina, 60 que receberam placebo e 60 que foram tratados com terapia cognitiva e comportamental. Aqueles que tomaram paroxetina relataram maior alteração da personalidade do que aqueles tratados com placebo, mas a vantagem da paroxetina sobre o placebo em relação à eficácia antidepressiva não permaneceu após controlo para as alterações nos sintomas neuróticos ou extroversão.
Embora os doentes tenham exibido melhoria substancial da depressão, as análises mostraram pouca melhoria nos sintomas neurótico ou na extroversão.
Por sua vez, a terapia comportamental produziu maior alteração na personalidade do que o placebo. Porém, a sua vantagem na neurose não foi mais significativa após controlo para depressão.
De acordo com os especialistas, a redução da neurose durante o tratamento foi preditor de um menor número de recaídas entre aqueles que responderam à paroxetina, mas não entre aqueles que responderam à terapia comportamental. Assim, os investigadores concluíram que alguns antidepressivos podem ter um efeito determinante na personalidade do doente.
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