Pages

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Alcóolicos e Anônimos comemora 33 anos

do Universo Estilo



O grupo Alcoólicos Anônimos (A.A.) completou 33 anos de atividade em Maringá. A data será comemorada não apenas como marco de fundação de uma irmandade, mas principalmente pelas vidas que resgatou em todos esses anos de existência.

A entidade coleciona histórias daqueles que deixaram o vício do álcool e hoje tentam ajudar outras pessoas. Depoimentos de ex-alcoólicos que narram vitórias diárias contra a bebida e análises científicas que constatam que o alcoolismo é uma doença são alguns dos principais argumentos do A.A. para mostrar que é possível sair do fundo do poço.

“Comecei a beber na escola, era uma mistura de refrigerante com pinga, tinha uns 16 anos. Todos os finais de semana consumia álcool, depois passei a beber todos os dias. Uma vez, era segunda-feira, e eu estava de ressaca, nem tinha mais condições de beber, quando um amigo me convidou para uma reunião do A.A.”, conta Wilson, que prefere não revelar o nome completo.

Ele diz que começou a frequentar o A.A. aos 20 anos de idade, em 1989, a convite de um amigo, e não deixou mais a entidade. “No começo, achava que não precisava, que era muito novo, mas realmente eu estava no fundo do poço”, relata.

Doença

Outra associada, Lia (que também prefere não revelar o nome completo), diz que a maior dificuldade é um alcoólatra reconhecer que se trata de uma doença e que deve procurar ajuda. Lia conta que a bebida interferiu profundamente em sua vida.

“Comecei a faltar ao serviço e mentia, dava desculpas, dizia que tinha um parente doente. Cheguei a um ponto que não tinha mais desculpas para inventar. Minha saúde estava fragilizada, meu fígado não aguentava mais. Tive que pedir ajuda e, quando aceitei que era uma doença, ficou mais fácil procurar tratamento”, conta ela, ensinando que o alcoolismo não tem cura. “Mas é uma doença que pode ser estacionada”, arremata.

A psicóloga Maria Luiza Dutra diz que há um estigma sobre a doença e muito preconceito. “A família esconde, porque não sabe como lidar”, explica. Em sua análise, é difícil um alcoólatra admitir que precisa de ajuda.

“Geralmente, eles procuram ajuda quando ocorre uma crise em sua vida social ou profissional. É quando, por exemplo, a esposa diz que vai pedir o divórcio se o marido não parar de beber”, demonstra, apontando que o ideal seria não deixar a situação chegar a esse ponto.

Entenda mais sobre o Câncer no peritônio, O Câncer que a apresentadora Hebe Camargo esta na luta

do Universo Estilo

Desde que a apresentadora de televisão Hebe Camargo foi diagnosticada com um câncer no peritônio, muito tem se falado sobre o assunto, até então pouco conhecido pela população. O oncologista Fernando Medina da Cunha, diretor Científico do Centro de Oncologia Campinas, explica que o peritônio, membrana que envolve os órgãos abdominais, infelizmente, está propenso a desenvolver o câncer.

Prova disso, é a crescente incidência da doença, principalmente na população masculina com idade acima de 50 anos.

O câncer de peritônio é classificado em primário e secundário. Chama-se primário o câncer que se forma na própria membrana e secundário quando ele inicia em algum órgão da região – sobretudo intestinos, ovário, útero, estômago, pâncreas e reto – e, por metástase, invade o peritônio.

A doença é conhecida como mesotelioma, enquanto o que vem de outros órgãos é conhecido como carcinomatose peritonial. De acordo com o oncologista, cerca de 70% a 80% dos pacientes diagnosticados com câncer primário no peritônio tiveram exposição ao asbesto presente no amianto, que na década de 70 era usado na fabricação de telhas e caixas d’água.

“A exposição ao produto não leva ao câncer rapidamente, apenas décadas depois. Assim, quem se expôs ao produto entre os anos de 1950 e 1980, por exemplo, quando era liberado no país, só agora vê a manifestação da doença. Por isso, o aumento da incidência da doença no país”, explica o Fernando Medina.

Os outros 20% a 30% da incidência da doença ainda têm causa desconhecida. Medina afirma que pode ser resultado do próprio envelhecimento humano. “Sabe-se que quanto mais uma pessoa envelhece, mas fica exposta a erros na divisão celular, que marca o início do câncer”, afirma Medina.

Os sintomas da doença, segundo o especialista, podem incluir dor abdominal, massa abdominal, aumento da circunferência abdominal, distensão do abdómen, ascite (fluído no abdómen), febre, perda de peso, fadiga, anemia e distúrbios digestivos. “O tratamento padrão associa a retirada cirúrgica do maior volume possível de tumores e sessões de quimioterapia, assim como está sendo feito com a apresentadora. Porém, por ser uma cirurgia muito extensa, nem sempre é possível fazê-la em um primeiro momento”, pondera.

Excesso de líquidos na cavidade abdominal e a extensão dos tumores podem impedir a cirurgia, que pode ser precedida pela quimioterapia.

O tumor primário de peritônio é considerado uma doença grave. Como ocorre, sobretudo, em idosos, que muitas vezes já têm outras doenças, em geral não é possível submetê-los a cirurgia. Por volta de 60% dos casos, contudo, respondem bem à quimioterapia. “Esse câncer ainda não tem cura. Mas, dependendo de sua agressividade, ou seja, velocidade de seu crescimento, é possível controlá-lo, proporcionando aos pacientes bom tempo de sobrevida”, finaliza Fernando Medina.

No Litoral, Exposição ao sol não é motivo de risco

do Universo Estilo



Engana-se quem pensa que, durante as férias, apenas os banhistas estão vulneráveis a doenças na pele, causadas pelo sol. Com o aumento no movimento nas praias de Fortaleza, cresce o número de trabalhadores expostos aos raios ultravioleta.

Assim, caso a proteção não seja adequada, garçons, vendedores ambulantes, vigilantes de carros, entre outros, são fortes candidatos a desenvolverem câncer de pele, em virtude da rotina diária, deste período.

"Com certeza, as pessoas que trabalham expostas ao sol e não se protegem adequadamente correm mais riscos de apresentar um câncer de pele. Até porque, os raios solares modificam as células cutâneas e, por mais que se recuperem, não voltam a ser o que eram. O sol é o grande vilão do câncer de pele", indica a dermatologista Maria Aidê Nocrato, presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) - Regional Ceará.

Para se ter uma ideia do movimento nessas férias sob o sol, Fátima Queiroz, presidente da Associação de Empresários da Praia do Futuro, comentou que, apenas nestas férias, o movimento aumentou em até 50%, em algumas barracas. Para atender à demanda, o número de funcionários cresceu em 30%.

Por conta dos riscos, as barracas orientam os funcionários para o uso de proteção contra o raios ultravioleta. O problema é que, nem sempre, os cuidados com a pele são tomados por banhistas e trabalhadores.

E, só para este ano, a estimativa do Instituto Nacional de Câncer (Inca) é que 6.870 novos casos de câncer de pele (melanoma e não melanoma) apareçam no Ceará. Isso não é à toa, em todo o Brasil, o Nordeste aparece em segundo lugar, com 32 mil novos casos, perdendo para o Sudeste com 48.580. Dentre os estados da Região, o Ceará figura também em segundo, com a taxa de 1,37 casos para cada 100 mil mulheres, e terceiro com a taxa de 1,28 casos para cada 100 mil homens.

De acordo com Aidê Nocrato, o agravante é que, nesta época do ano, devido ao sol intenso e constante, há ainda mais perigos à pele. Conforme explica, com o calor, as pessoas tendem a tomar mais banhos, ressecando mais a pele. E, em relação aos trabalhadores, muitos não tomam as medidas necessárias para evitar os efeitos dos raios solares. Apenas em 2008, durante a campanha de prevenção, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) concluiu que, dos 43.800 consultados, 65% se expunham ao sol sem proteção.

Legislação

Além disso, em 2002, a SBD indicou, em estudo, que 69,3% dos acometidos pelo câncer de pele trabalhavam sob o sol sem se proteger adequadamente. Como indica o médico do trabalho Álvaro Vidal, as empresas, portanto, possuem um papel importante na orientação dos funcionários. Segundo ele, a partir do profissional especializado, deveria haver indicações de hidratação e exames periódicos dadas para que os funcionários não apresentem problemas futuros.

Entretanto, como problema, está o fato de a legislação brasileira não reconhecer a exposição aos raios solares como um risco laboral. "A legislação ainda não está perfeita sobre esse assunto. Hoje (ontem), não conheço qualquer lei que trate da exposição. Além disso, não há obrigatoriedade das empresas distribuírem protetor solar. Por sinal, eles ainda são caros e sai um custo muito alto para as empresas", constata.