do Universo Estilo
Organizar e decorar uma sala parece algo fácil, não é mesmo? É só colocar um sofá de dois e três lugares, uma mesa de centro, um hack para televisão som e DVD (ou video cassete), tapete, cortinas e pronto! Nem tão pronto assim.
Antes de dispor os móveis, você já parou pra pensar qual é o tamanho da sua sala, se ela tem espaço suficiente para que você passe por ela sem esbarrar em nada, se a luminosidade é boa, se os objetos ficam à sua mão, se existem objetos além da conta?
Se a sala for grande e comportar uma sala de jantar e um escritório, ótimo! Mas, atualmente, os cômodos de casas e apartamentos são pequenos e até os móveis vendidos nas lojas seguem este padrão. Então, o primeiro passo é conhecer bem o seu habitat, ter intimidade e perceber cada canto, saber seus prós e contras, ou seja, aproveitar ao máximo a capacidade que seu cômodo pode oferecer, sem abusar, prevalecendo o conforto, claro.
Um exemplo disso é a distância que a televisão fica do sofá logo à frente. O padrão para uma TV de 29' é ficar distante três metros do sofá. Mas se sua sala não tem tamanho suficiente para isso, o certo seria ter uma TV menor. Use sempre o bom senso. Se a sala for grande, saiba que a área de trabalho deve ficar mais distante da rotina doméstica. Estantes e arquivos próximos à mesa e limite, ao máximo, objetos de decoração.
A primeira indicação de Cadu é setorizar o ambiente, antes de mais nada. "Veja os fluxos, o zoneamento, o que precisa existir na sala. Tenha uma boa área livre para circulação, com móveis bem dimensionados e bem distribuídos".
Por isso, trabalhar com escalas e distâncias mínimas entre os móveis é algo importante. "Tenha em mente alguma idéia das medidas-padrão dos móveis, que você consegue em catálogos nas lojas. Existem pessoas que usam até fita crepe no chão para marcar o tamanho dos objetos que ficarão dispostos na sala para ter uma idéia da circulação". E lembre-se: dois centímetros a mais podem significar uma barreira no fluxo e, conseqüentemente, aqueles esbarrões inconvenientes nas quinas dos móveis.
Para residências em que a sala é pequena, Cadu aconselha usar apenas um sofá de dois ou três lugares e utilizar-se de outros recursos, como puffs e chaise-longue. "São boas opções, porque é fácil carregá-los de um lado para outro", diz.
E se você pensa logo na possibilidade de visitas e quer comprar outro sofá, o arquiteto tranqüiliza. "Não há necessidade de comprar outro, porque não existe problema se for preciso deslocar cadeiras de um espaço para outro. É preciso pensar no conforto de quem vive a rotina da casa".
E a mesa de centro? Tenha uma somente se houver espaço e não for atrapalhar. Ela serve, na verdade, para colocar algum livro, um copo, para facilitar o acesso a objetos e não como área de decoração, em que prevalecem bibelôs. Se for com o objetivo de enfeite, é melhor deixar o espaço livre. "Evite excessos em qualquer cômodo, usando móveis que sejam estritamente necessários".
Com relação ao sofá, cuidado com os padrões de tecidos para não poluir o ambiente. "O uso das cores - no sofá, puff, paredes, cortinas - interferem nas sensações espaciais".
Mão no teto e chão no pé
Atenção nos detalhes que estão acima e abaixo de sua cabeça. Não exagerar em molduras ou marcações tanto no teto quanto no piso. Muito rococó polui o ambiente só de olhar. "Informação demais torna o ambiente sem identidade. Pode ficar parecendo show room de material de construção", alerta Cadu.
Outra dica importantíssima: quando for alugar um imóvel, se ele tiver carpete, levante-o e veja como está a situação do piso (seja frio ou taco). Às vezes, o carpete esconde pisos descolados, cupins ou, pelo contrário, um piso bem bonito. "Carpete não é uma boa. E é uma estética da década de 1970".
Luz amarela atrapalha na hora de ver as cores. A branca consegue ser mais fiel aos tons. Para leitura, por exemplo, escolha a luz branca. Mas não exagere na luminosidade artificial no teto, porque pode ser prejudicial.
Se o teto for baixo - altura da parede até 2,5m - não use luzes pendentes, por ficarem muito próximos aos olhos, além de achatar o ambiente. O melhor são luminárias de chão, que dão impressão de alongar o cômodo. Cuidado com a luz (natural ou artificial) direta na tela da televisão. No caso de luminosidade vinda da janela, Cadu aconselha colocar um blecaute nos vidros.
Percebeu que o menos é mais? Portanto, não tenha medo de pedir opiniões, e até contratar um profissional, para calcular bem o que será melhor para que seu dia-a-dia seja agradável. "Sua casa é o lugar onde você pode ser o que é: você mesmo", finaliza.
Profissional
Cadu Ribeiro - Arquiteto
sábado, 10 de abril de 2010
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