quinta-feira, 15 de abril de 2010
Transsexualidade: Um Estilo totalmente próprio
Embora existam homens e mulheres homossexuais afeminados e masculinazadas, respectivamente, na diversidade humana, existem indivíduos que não são homossexuais e que não se identificam com o seu corpo, os quais são denominados de transsexuais. É relevante expor que embora seja mais divulgado e conhecido o transsexualismo homem para mulher (MtF), também existe o mulher para homem.
O transexualismo é uma síndrome complexa, caracterizada pelo sentimento intenso de não-pertença ao sexo anatômico, sem por isso manifestar distúrbios delirantes, e sem bases orgânicas (como o hermafroditismo ou qualquer outra anomalia endócrina).
Com base em revisão bibliográfica sobre o tema, aponta que as possíveis causas das desordens de identidade de gênero podem ser subdivididas em genética, hormonal pré-natal, social pós-natal e determinantes hormonais pós-puberais, embora uma etiologia definitiva não possa ainda ser estabelecida. Sem um marcador biológico, a síndrome tem sido definida apenas por critérios clínicos. Além disso, atualmente apontam-se algumas diferenças anatômicas cerebrais entre transexuais e não transexuais, bem como alguns fatores de "criação" têm sido associados, sendo que a hipótese mais aceita é de que se trata de uma diferenciação sexual prejudicada a nível cerebral. Dessa forma, anomalias funcionais ou morfológicas que interfiram na ação dos androgênios a nível cerebral podem ser responsáveis pela dissociação radical entre o sexo psicológico, gonadal, hormonal e fenotípico no transexualismo. Fatores hormonais (hormônios gonadais ou adrenais, receptores hormonais, mecanismo de transdução dos sinais hormonais, neurosteróides, neurotransmissores etc) desempenham um papel importante na formação da identidade de gênero.
A visão psicanalítica do transexualismo geralmente varia entre várias teorias. Dentre as quais encontra-se o conceito de desordem narcísica, na qual a constituição do self encontra-se profundamente prejudicada, até de que se trata de manifestação de uma aversão à homossexualidade, ou seja, a única maneira de um indivíduo poder fazer sexo com outro do mesmo sexo, sem culpa, seria através modificação hormonal e cirúrgica do seu corpo.
Há dois componentes no Transtorno da Identidade de Gênero, sendo que ambos devem estar presentes para fazer o diagnóstico. Deve haver evidências de uma forte e persistente identificação com o gênero oposto, que consiste do desejo de ser, ou a insistência do indivíduo de que ele é do sexo oposto (Critério A).
Esta identificação com o gênero oposto não deve refletir um mero desejo de quaisquer vantagens culturais percebidas por ser do outro sexo. Também deve haver evidências de um desconforto persistente com o próprio sexo atribuído ou uma sensação de inadequação no papel de gênero deste sexo (Critério B).
O diagnóstico não é feito se o indivíduo tem uma condição intersexual física concomitante (por ex., síndrome de insensibilidade aos andrógenos ou hiperplasia adrenal congênita) (Critério C). Para que este diagnóstico seja feito, deve haver evidências de sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social ou ocupacional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo (Critério D).
Em meninos, a identificação com o gênero oposto é manifestada por uma acentuada preocupação com atividades tradicionalmente femininas. Eles podem manifestar uma preferência por vestir-se com roupas de meninas ou mulheres ou improvisar esses itens a partir de materiais disponíveis, quando os artigos genuínos não estão à sua disposição. Toalhas, aventais e lenços freqüentemente são usados para representar cabelos longos ou saias.
Existe uma forte atração pelos jogos e passatempos estereotípicos de meninas. Pode ser observada uma preferência particular por brincar de casinha, desenhar meninas bonitas e princesas e assistir televisão ou vídeos de suas personagens femininas favoritas. Bonecas estereotipicamente femininas, tais como Barbie, com freqüência são seus brinquedos favoritos, e as meninas são suas companhias preferidas.
Quando brincam de casinha, esses meninos encenam figuras femininas, mais comumente "papéis de mãe", e habitualmente ocupam sua fantasia com figuras femininas. Esses meninos evitam brincadeiras rudes e esportes competitivos e demonstram pouco interesse por carrinhos ou caminhões ou outros brinquedos não-agressivos, porém estereotipicamente masculinos. Eles podem expressar um desejo de ser meninas e declarar que, quando crescerem, serão mulheres. Pode haver, também, uma insistência em urinar sentados e em fingir que não possuem pênis, escondendo-o entre as pernas. Mais raramente, os meninos com Transtorno da Identidade de Gênero podem afirmar que têm aversão por seu pênis ou testículos, que desejam removê-los ou que têm, ou desejam ter, uma vagina.
As meninas com Transtorno da Identidade de Gênero apresentam reações negativas intensas às expectativas ou tentativas dos pais de que se vistam com roupas femininas. Algumas podem recusar-se a comparecer à escola ou a eventos sociais em que essas roupas são exigidas. Elas preferem roupas de menino e cabelos curtos e com freqüência são erroneamente identificadas por estranhos como meninos; elas também podem pedir aos outros que as chamem por nomes masculinos. Seus heróis de fantasia são, com maior freqüência, figuras masculinas poderosas, tais como Batman ou Super-Homem.
Essas meninas preferem brincar com meninos, e com eles compartilham interesses em esportes de contato, brincadeiras rudes e jogos tradicionalmente masculinos. Elas demonstram pouco interesse em bonecas ou em qualquer forma de roupas ou atividades femininas de faz-de-conta. Uma menina com este transtorno pode recusar-se, ocasionalmente, a urinar sentada.
Ela pode afirmar que tem ou terá um pênis e não desejar desenvolver seios ou menstruar. Ela pode declarar que quando crescer será um homem. Essas meninas tipicamente revelam acentuada identificação com o gênero oposto em brincadeiras, sonhos e fantasias.
Os adultos com Transtorno da Identidade de Gênero preocupam-se com seu desejo de viver como um membro do sexo oposto. Esta preocupação pode manifestar-se como um intenso desejo de adotar o papel social do sexo oposto ou adquirir a aparência física do sexo oposto através de manipulação hormonal ou cirúrgica.
Os adultos com este transtorno sentem desconforto ao serem considerados ou funcionarem, na sociedade, como um membro de seu sexo designado. Eles adotam, em variados graus, o comportamento, roupas e maneirismos do sexo oposto. Em sua vida privada, esses indivíduos podem passar muito tempo vestidos como o sexo oposto e trabalhando para que sua aparência seja a do outro sexo. Com roupas do sexo oposto e tratamento hormonal (e, para homens, eletrólise), muitos indivíduos com este transtorno podem passar-se convincentemente por pessoas do sexo oposto.
A atividade sexual desses indivíduos com parceiros do mesmo sexo geralmente é limitada pelo fato de preferirem que os parceiros não vejam nem toquem seus genitais. Para alguns homens que apresentam o transtorno em uma idade mais tardia (freqüentemente após o casamento), a atividade sexual com uma mulher é acompanhada pela fantasia de serem amantes lésbicas ou de que sua parceira é um homem e ele é uma mulher.
O Primeiro Amor
Das bonecas e carrinhos para os recados apaixonados. Esta mudança de comportamento resultante do primeiro amor acontece, geralmente, entre 9 e 12 anos, justamente quando a cabeça e os hormônios dos pré-adolescentes estão "fervilhando".
Platônico, por um amigo da escola ou do condomínio, o primeiro amor exerce um papel fundamental na forma como estes pré-adolescentes irão se relacionar com as pessoas no futuro.
A paixão adolescente, muitas vezes, deixa os pais aflitos, mais é importante que os pais aprendam a lidar com o crescimento do filho, já que esta mudança é o primeiro anúncio de que a criança está se abrindo para o mundo. Para alguns pais desperta um enorme desejo de trocas e confidências, porém é preciso verificar se o filho está disposto a compartilhar ou se prefere o silêncio, já que muitos deixam em segredo sua paixão. Os pais devem ficar atentos, também, às alterações bruscas na rotina, já que os sentimentos podem ser correspondidos ou não, o que pode gerar algum conflito na cabeça do filho.
Quando o pré-adolescente começa a alterar sua rotina de estudo e de atividades, se isola, ou mesmo quando começa a ter choros compulsivos, é importante que os pais fiquem atentos para uma aproximação, onde se abra um canal de comunicação, mesmo preservando o silêncio da paixão. Conversar sobre as mudanças de comportamentos pode abrir um caminho para o acolhimento, além de reforçar laços de confiança.
O primeiro amor pode trazer vários benefícios aos pré-adolescentes e também aos pais, basta aproveitar esta fase da melhor forma possível, aprendendo a conviver com as conquistas, frustrações e desilusões. As perdas e o sofrimento são sentimentos pelos quais todos passam, assim como as alegrias, as emoções e o amor.
O sofrimento faz parte da desilusão, principalmente na adolescência, que é a fase onde tudo é vivido com intensidade. Se mesmo com a abertura e conversa dos pais a desilusão tomar uma dimensão maior, um profissional pode ajudar no entendimento e compreensão dos sentimentos por ele vivido.