do Universo Estilo
Engana-se quem pensa que, durante as férias, apenas os banhistas estão vulneráveis a doenças na pele, causadas pelo sol. Com o aumento no movimento nas praias de Fortaleza, cresce o número de trabalhadores expostos aos raios ultravioleta.
Assim, caso a proteção não seja adequada, garçons, vendedores ambulantes, vigilantes de carros, entre outros, são fortes candidatos a desenvolverem câncer de pele, em virtude da rotina diária, deste período.
"Com certeza, as pessoas que trabalham expostas ao sol e não se protegem adequadamente correm mais riscos de apresentar um câncer de pele. Até porque, os raios solares modificam as células cutâneas e, por mais que se recuperem, não voltam a ser o que eram. O sol é o grande vilão do câncer de pele", indica a dermatologista Maria Aidê Nocrato, presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) - Regional Ceará.
Para se ter uma ideia do movimento nessas férias sob o sol, Fátima Queiroz, presidente da Associação de Empresários da Praia do Futuro, comentou que, apenas nestas férias, o movimento aumentou em até 50%, em algumas barracas. Para atender à demanda, o número de funcionários cresceu em 30%.
Por conta dos riscos, as barracas orientam os funcionários para o uso de proteção contra o raios ultravioleta. O problema é que, nem sempre, os cuidados com a pele são tomados por banhistas e trabalhadores.
E, só para este ano, a estimativa do Instituto Nacional de Câncer (Inca) é que 6.870 novos casos de câncer de pele (melanoma e não melanoma) apareçam no Ceará. Isso não é à toa, em todo o Brasil, o Nordeste aparece em segundo lugar, com 32 mil novos casos, perdendo para o Sudeste com 48.580. Dentre os estados da Região, o Ceará figura também em segundo, com a taxa de 1,37 casos para cada 100 mil mulheres, e terceiro com a taxa de 1,28 casos para cada 100 mil homens.
De acordo com Aidê Nocrato, o agravante é que, nesta época do ano, devido ao sol intenso e constante, há ainda mais perigos à pele. Conforme explica, com o calor, as pessoas tendem a tomar mais banhos, ressecando mais a pele. E, em relação aos trabalhadores, muitos não tomam as medidas necessárias para evitar os efeitos dos raios solares. Apenas em 2008, durante a campanha de prevenção, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) concluiu que, dos 43.800 consultados, 65% se expunham ao sol sem proteção.
Legislação
Além disso, em 2002, a SBD indicou, em estudo, que 69,3% dos acometidos pelo câncer de pele trabalhavam sob o sol sem se proteger adequadamente. Como indica o médico do trabalho Álvaro Vidal, as empresas, portanto, possuem um papel importante na orientação dos funcionários. Segundo ele, a partir do profissional especializado, deveria haver indicações de hidratação e exames periódicos dadas para que os funcionários não apresentem problemas futuros.
Entretanto, como problema, está o fato de a legislação brasileira não reconhecer a exposição aos raios solares como um risco laboral. "A legislação ainda não está perfeita sobre esse assunto. Hoje (ontem), não conheço qualquer lei que trate da exposição. Além disso, não há obrigatoriedade das empresas distribuírem protetor solar. Por sinal, eles ainda são caros e sai um custo muito alto para as empresas", constata.
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