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Pessoas que sofrem de depressão podem ter duas vezes maior risco de desenvolver demência mais tarde, segundo dois estudos recentemente publicados na revista médica Neurology. De acordo com os especialistas, frequentemente, as duas condições coexistem, e as duas novas pesquisas mostram que a depressão pode significar maior propensão à demência, embora não expliquem as razões dessa relação.
Acompanhando, por 17 anos, quase mil idosos, pesquisadores da Universidade de Massachusetts, nos EUA, descobriram que 22% daqueles que haviam sofrido de depressão desenvolveram demência, comparados com apenas 17% dos participantes que não tiveram depressão. Também realizado nos Estados Unidos, o segundo estudo envolveu 1,2 mil pessoas, e indicou que quanto mais crises de depressão os participantes haviam apresentado, maiores suas chances de ter demência: ter dois ou mais episódios foi associado a duas vezes maior risco de ter a doença neurodegenerativa.
Embora os resultados não indiquem as razões da ligação entre depressão e demência, os especialistas acreditam que substâncias no cérebro e fatores do estilo de vida, como dieta e vida social, podem cumprir um papel nessa relação. "Inflamações no tecido cerebral que ocorrem quando uma pessoa está deprimida podem contribuir para demência. Certas proteínas encontradas no cérebro que aumentam com a depressão podem também aumentar o risco de desenvolver demência", destacou a pesquisadora Jane Saczynski.
De acordo com os especialistas, a similaridade de sintomas pode indicar um mecanismo comum para as duas condições, porém mais estudos são necessários para desvendar os mecanismos envolvidos nessa relação. "Sabemos que a depressão é comum em estágios iniciais de demência. O que o estudo demonstra é que a depressão na juventude é, possivelmente, um fator de risco significativo para demência. Entretanto, mais pesquisas são necessárias para estabelecer porque essa relação existe", concluiu o médico Clive Ballard, da Alzheimer's Society.
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