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quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Conheça os Males da Gordura Trans

do Universo Estilo



Embora presente em pequenas quantidades na gordura de origem animal, as gorduras trans aparecem de forma mais intensa na industrialização de óleos vegetais, com o objetivo de passá-los do estado líquido para o sólido, isto é, para a produção de gordura vegetal hidrogenada. A gordura vegetal hidrogenada é utilizada para deixar os alimentos mais crocantes, dourados, atraentes e duradouros. Mas as gorduras trans presentes na gordura vegetal hidrogenada elevam o mau colesterol (LDL) e reduzem os níveis do bom colesterol (HDL), aumentando os riscos de doenças coronárias. Esse tipo de gordura está presente em gorduras vegetais sólidas e pastosas e em vários tipos de alimentos industrializados como bolos, biscoitos, doces, salgados, salgadinhos de pacote, sorvetes, massas congeladas e batatas fritas, entre outros.

A quantidade de trans (o nome é uma simplificação da expressão química "ácidos graxos transversos") presentes nos alimentos deve aparecer na tabela nutricional, em gramas, embora na coluna de porcentagem do valor diário de referência (%VD) não haja informações sobre as necessidades diárias. Isto porque não há indícios de que as trans tragam qualquer benefício à saúde do consumidor.

Mas se os benefícios não são conhecidos, os riscos já o são. Enquanto no Brasil não há legislação que restrinja a quantidade de gorduras trans para os alimentos, na Dinamarca, uma lei de janeiro de 2004 limitou a 2% os ácidos graxos trans do total das gorduras do produto alimentício. Um estudo publicado recentemente pelo New England Journal of Medicine indica que a ingestão diária de 5 g de gorduras trans aumenta em 25% o risco de doenças cardíacas. Segundo a pesquisa, a experiência com a nova lei dinamarquesa e os resultados dos estudos demonstram que esses riscos podem ser eliminados.

"O grande problema está nos alimentos industrializados que utilizam as trans para dar sabor, boa consistência e até como conservante. Esse sabor agradável levou ao consumo exagerado desses alimentos. Foi constatada, então, a relação entre essas gorduras e o aumento do risco de enfarto, angina, doenças do coração, enfim", relata o médico cardiologista Heno Lopes, coordenador do Ambulatório de Síndrome Metabólica do Instituto do Coração (Incor). Ele alerta para que se tenha cuidado com as crianças, já que muitos desses produtos são mais consumidos por elas.

De olho no rótulo

A nutricionista Vera Lúcia Chiara, do Instituto de Nutrição da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), considera que o governo deve ir além: "o ideal é que nenhum alimento industrializado contenha gorduras trans, que devem ser eliminadas do nosso consumo". Na falta de medida mais severa, a obrigatoriedade da declaração nos rótulos "é extremamente necessária". Mas a nutricionista observa que nem assim o consumidor saberá quanto está ingerindo de gorduras trans: "devemos considerar que a comercialização de salgadinhos, folhados, doces com massas, bolos, tortas, os famosos `produtos da casa` vendidos em padarias e confeitarias e muitos outros alimentos produzidos em lanchonetes, restaurantes e lojas especializadas têm em seu preparo a gordura vegetal hidrogenada. E o consumidor não tem como saber se o alimento que é servido nesses locais foi preparado com gordura hidrogenada. Assim, continuamos consumindo trans sem saber a quantidade, pois a principal fonte é a gordura vegetal hidrogenada, ou parcialmente hidrogenada, utilizada amplamente nessas preparações".

Existem meios de se substituir a gordura hidrogenada, embora mais custosos para a indústria: a gordura interesterificada, que não contém trans. As margarinas, por exemplo, já acusam nos seus rótulos a

Com Informações IDEC.

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