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segunda-feira, 21 de junho de 2010

Os modos de Amar

do Universo Estilo



É vulgar que, perante queixas e insatisfações do companheiron companheira, namorado, Ou namorada, se oiça a frase “este é o meu modo de amar”. Se justificam assim os atos de pouco carinho, ou falta de atenção, atribuindo um sentido mais profundo que é o da manifestação de um peculiar modo de amar, mas será que isso corresponde à verdade?

Todos sabemos que existem pessoas mais carentes de afeto. Essas pessoas necessitam de relações próximas e intensas, de carinhos constantes, ao passo que há outras cuja proximidade provoca arrepios e desejam uma maior distância.

Quando se juntam duas pessoas com necessidades emocionais diferentes, é claro que aquela que espera uma relação mais intensa fica insatisfeita, mesmo que o parceiro se dedique bastante, nada parece ser o suficiente.

Então, talvez seja mais correto falar em graus de intensidade amorosa, ao invés de modos de amar. Ao fazermos este tipo de leitura, abrimos de imediato as portas para muitos comportamentos profundamente egoístas, em que verbalmente se fazem juras de amor enquanto que as atitudes demonstram o oposto.

Dizer que se ama alguém não é nada difícil. O mais complicado é mostrá-lo na prática. Hoje em dia usa a frase “Eu te Amo'' a torto e a direito, sem se sentir exatamente o que está nessa afirmação. É que amar alguém é muito mais que a simples união de corpos.

Pressupõe uma união de almas, de projetos de vida, de expectativas, de sofrimentos, de alegrias, etc, etc. Para além disso, é muito fácil rematar-se a frase com o “…a meu modo”, esse é um saco onde cabe tudo o que queiramos lá colocar. Não nos enganemos porque é pura demagogia!

Quem o afirma está imediatamente a dizer que não está disposto a fazer qualquer sacrifício ou concessão, mas espera que o parceiro aceite essa ideia e reaja com generosidade. Digamos que existem dois pesos e duas medidas, uma vez que as pessoas que amam a seu modo, nunca se relacionam intimamente com outras pessoas que amam do mesmo modo que elas, ou seja, preferem aquelas que amam mais convencionalmente.

Isto porque, se assim não for, a relação não pode existir porque é o vazio total, já que está cada um voltado para o seu lado, vivendo enclausurado no seu mundo! Estas pessoas procuram então, outras que são complementares, mas as relações não duram muito, esgotam em palavras ocas de conteúdo.

É que, na realidade, as palavras valem o que valem e quando não são acompanhadas de atitudes coerentes são sempre motivo de desconfiança. Por muito que a sociedade tenha mudado, o certo é que o ser humano continua a ter as mesmas necessidades emocionais de quem ama gosta de apaparicar o outro e, também, de ser rodeado de carinhos. Sempre assim foi e sempre assim será.

Excluindo a patologia, quando amamos alguém gostamos de fazer coisas para agradar, ficamos felizes com os seus pequenos triunfos e estamos lá para apoiar nas quedas. Amar é procurar construir uma relação sólida, que não vá ruir perante a primeira contrariedade. Tudo isto é o oposto do simples cruzar de braços, escudado pelo egoísmo de um estilo de amar que só existe para justificar a incapacidade de se entregar por completo.

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