Se percebe que vale a pena investir em complexos vitamínicos e minerais como complemento de uma alimentação saudável, desde que tomadas as devidas precauções.
Apresentam-se sob a forma de cápsulas, comprimidos, ampolas, saquetas e xaropes para diluir em água.
Vendem sem receita. Alguns médicos resistem a recomendá-los, insistindo na ideia de que todos os nutrientes de que precisamos estão contidos num regime alimentar sem mácula. Mas muitos clínicos e uma mão cheia de organismos internacionais, apoiados em investigação científica continuada, já se renderam aos benefícios dos suplementos alimentares.
A indústria tem armas para todos os combates: apetite, envelhecimento cutâneo, cansaço, falta de memória, desânimo sexual... e aponta para todos os alvos: crianças, idosos, mulheres em idade fértil, atletas, grávidas, estudantes...
O que há de novo?
Embora os laboratórios farmacêuticos estejam sempre anunciando descobertas supostamente revolucionárias, os suplementos alimentares assentam, geralmente, em complexos de vitaminas, minerais e nutrientes com funções estudadas desde há muito. O segredo está, sobretudo, na interação entre elementos, dado que uns podem anular ou potenciar o efeito de outros, consoante as combinações e doses em que forem ingeridos.
Mas, de vez em quando surgem, de fato, novidades. Como a descoberta da L-Carnitina (suplemento sintetizado a partir de um aminoácido essencial), com resultados surpreendentes na redução da fadiga e recuperação de funções cognitivas em indivíduos muito idosos (com mais de 100 anos!).
O estudo foi publicado no conceituado no American Journal of Clinical Nutrition. Esta substância natural provou também ser eficaz na redução da massa gorda, tal como o CLA (Ácido Linoleico Conjugado), obtido a partir do cártamo.
Outra estrela ascendente nos menus dos produtos de emagrecimento é o chá verde concentrado em polifenóis. Para além de desempenhar uma poderosa acção antioxidante, aumenta a termogénese do organismo (queima de calorias mesmo em repouso), conforme comprovado por um estudo editado na mesma publicação científica.
O mundo mudou mas as Doses Diárias Recomendadas (ainda) não
Não basta engolir uma cápsula cheia de vitaminas e minerais para que o corpo os absorva. É preciso haver biodisponibilidade. Se não, pode haver rejeição do que se ingeriu.
A eliminação pode darpor excesso da substância no organismo ou por inibição da absorção desse nutriente. Por exemplo, se tomarmos suplementos de cálcio, ferro e magnésio juntamente com fibras, a absorção destes minerais é significativamente reduzida.
As vitaminas lipossolúveis, como a A, D, K e E, conseguem acumular e formar reservas para utilização posterior. Já as hidrossolúveis, dos complexos B e C, quando são ingeridas em larga escala, são eliminadas pela urina.
Algumas correntes médicas alertam para o eventual perigo da ingestão exagerada de vitaminas e minerais. Ingeridos continuadamente, em doses muito superiores à DDR (Dose Diária Recomendada), podem causar danos hepáticos, renais, cardíacos, causar hemorragias e outros problemas. Mas os casos de toxicidade são muito raros.
Recomendações para evitar o choque anafilático
Regra básica para evitar que a toma de um suplemento alimentar, em vez de uma vantagem, se torne num problema: ler o rótulo (obrigatoriamente em português) e certificar que não é alérgico a nenhum dos componentes.
No caso da Depuralina, duas das três pessoas hospitalizadas sofreram um choque anafilático, alergia aguda às sementes de linhaça do Canadá (de onde se extrai o óleo de linhaça, óptima fonte de fibras e Ómega-3, 6 e 9). Alergias e intolerâncias alimentares são frequentes.
Há quem nasça intolerante ao glúten ou desenvolva intolerância à lactose. Mas também é possível desenvolver, já na idade adulta, alergias aos morangos ou às nozes, por exemplo. Nestes casos, é comum a pessoa não se aperceber da origem do mal estar.
Mas o diagnóstico é possíve. Quando é identificado o alimento-problema e a dieta do paciente adaptada, a vida retoma a normalidade.
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